“Jardim sem governo” foi um projeto de arte participativa e colaborativa que aconteceu no espaço público da cidade de São Paulo desde 2016 até 2019. Neste jardim, prateleiras de ferro, instaladas em uma parede, abrigam plantas que foram descartadas em lixeiras da cidade. O jardim estava localizado em um beco na Rua Lopes Chaves, no bairro da Barra Funda. No local funcionava um ponto de comércio clandestino de materiais descartados, por este motivo, o local era frequentado e habitado por catadores que viviam da venda destes materiais. Dentre os materiais de descarte com valor de comércio, encontram-se o papelão, o ferro, o cobre e o alumínio, mas além deles há uma infinidade de outros materiais e objetos cotidianos sem um destino certo, inclusive plantas. Esta constatação deu início à ideia de formar um jardim composto inteiramente por estas plantas rejeitadas e descartadas no lixo, trazidas ao local pelos próprios catadores da região em suas carroças e por quem mais quisesse trazê-las.
In this garden, iron shelves installed on a wall housed discarded plants from trash bins and streets of the city. The garden was located in an alley on Lopes Chaves Street, in the Barra Funda neighborhood. The site served as a trading point for discarded materials, which is why it was frequented and inhabited by recyclers who lived from selling these materials.
Among the commercially valuable discarded materials are cardboard, iron, copper, and aluminum, but there is also a myriad of other everyday materials and objects without a certain destination, including plants. This realization sparked the idea of creating a garden entirely composed of these rejected and discarded plants, brought to the site by the recyclers from the area in their carts and by anyone else who wished to bring them.
The project lasted until 2019, when a construction company took steps to remove the recycling trade from the site to build a residential building in the neighborhood.